Pense em um camarão pequeno. Provavelmente o que você imaginou é maior que o aviú. Quem olha de relance para a saca de aviú seco nas feiras de Belém pode confundi-lo com uma farinha grossa de mandioca. Mais de perto é possível identificar os minúsculos camarões.
O aviú é um crustáceo do tamanho de uma unha, típico de água doce. Existem duas espécies identificadas atualmente: uma mais frequente nas Guianas e, no Brasil, nos estados do Pará, Tocantins e Amapá, chamada Acetes marinus; e uma outra, a Acetes paraguayensis, que até aparece no norte mais também em rios mais ao sul do país, como em alguns de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná, além dos países vizinhos Peru, Suriname e Paraguai.
Fato é que só no Pará ou em outras partes no norte do Brasil é que se aproveita o aviú em preparações culinárias. Vai bem na sopa, no omelete em até nas farofas. O consumo do aviú é mais comum no seu local de origem, como na cidade de Santarém (PA), e na época da “safra” que é nos meses de abril e maio. Daniela Martins, chef do Lá em Casa, explica que o seco é mais apreciado em Belém. O fresco só passou a chegar aos mercados locais de uns três anos pra cá.
O sabor da versão seca é o mesmo do camarão salgado pequeno, médio ou grande. Já o aviú fresco se assemelha ao sabor usual do camarão fresco também, ou seja, é mais suave que o seco. Para usar o seco, recomenda-se “catar” o aviú, ou seja, selecionar como se faz com o feijão, e depois lavar bem debaixo de água corrente. Cuidado só na hora de escorrer: de tão pequeno ele pode ir ralo abaixo! Recomenda-se usar uma peneira.
“Até pouco tempo atrás, comprávamos só na feira do Ver-o-Peso, mas hoje já temos um fornecedor que nos manda direto de Santarém, mas ainda não é direto do pescador”, diz Daniela. Já deu para perceber que Belém é um grande polo de produtos da região amazônica. De peixes, às frutas, farinhas e grãos, a maioria dos produtos do Ver-o-Peso e de outros mercados locais, como a Feira da 25, vem de cidades interioranas do Amapá, Maranhão e Amazonas. Pelos rios chegam as iguarias que podem causar surpresa até aos moradores belenenses. Comprei o meu litro (usa-se uma jarra como medidor) de aviú na 25, na barraca do seu Alencar, que me garantiu que veio da cidade de Cametá, interior do Pará. “Muita coisa não consegue chegar nem a Belém, ou seja, até aqui mesmo, ainda temos muito para descobrir.”
Raca, manjubinha fez e faz parte tbm da minha comilança e das boas lembranças, seja na infancia seja há pouco tempo com amigos tão queridos, q vc tbm conhece…. huuummm.. amei! quero, vou fazer! bjos e site tá incrível!!!
Obrigada, Paulinha querida!
bj,
Raca