Uma das joias do mercado de peixe do Ver-o-Peso, em Belém (PA) é o filhote. Peixe de couro, como se diz, tem carne gorda e branquíssima. O sabor é tão intenso que para mim lembra uma carne de porco, até na textura. É comida obrigatória naquele estado, tanto nas caldeiradas e moquecas quanto servido em filés altos e chapeados.
Pouca gente que o peixe filhote é, de fato, um peixe-criança, em fase de crescimento. Sim, o nome de verdade do peixe é piraíba. É que o mais comum é pescá-lo ainda filhote para venda à população quando tem por volta de 10 kg, e até 50kg para atender ao restaurantes locais. Mas o piraíba pode crescer muito mais que isso, chegando até a 200kg e atingindo 2 metros de largura. Vi um exemplar deste monstro no mercado. Encostado na pia de uma das barracas, media pelo menos uns 3 metros.
Mas quanto maior, mais fibrosa a carne, alertou Daniela Martins, chef do restaurante Lá em Casa, aqui de Belém. Ela gosta de comprar o filhote “na pedra”, ou seja, na ponta do cais paraense, ao lado do mercado, na baía do rio Guajará.
Ali é possível comprar o filhote e outros peixes direto do barco que acabou de chegar dos rincões daquele rio. Mas certamente o dono do barco não foi o pescador dos peixes que entrega no mercado. Daniela explica que os pescadores ficam longe do cais. Costumam vender os peixes do dia para os barcos que atracam no mercado, são os atravessadores. “Essas transações acontecem no meio do rio, mesmo”, diz.
Na pedra, o filhote tem o quilo avaliado entre R$7 a R$12; nos supermercados locais pode chegar a R$ 30. Por isso é que vale a pena acordar cedo e bater pernas no mercado de peixes. Daniela é assídua. Assim como ela tantos outros parecem entender o mercado de peixes como extensão da casa, e cumprimentar os peixeiros como membros da família.
quero comprar alevinos de piraíba, onde encontrar.
Infelizmente não sei quem te indicar, Milton! Boa sorte na busca!