Baru

Para conhecer o baru, olhe para o chão quando estiver em cidades do interior de Goiás e região. O povo de lá sabe: baru bom é o que caiu naturalmente do pé. Sinal de madureza na certa! Agora está no fim da época de colheita já que o auge é setembro. Neste período, as comunidades rurais goianas se embrenham pelo cerrado para catar as frutas do baruzeiro.

Até alguns anos atrás, o fruto pequeno, amarronzado e de casca dura era objeto de desejo apenas da população local. Era comum comer a polpa adocicada (ou fazer doce e licor) e roer a semente crua mesmo. Um super remédio natural contra anemia. Mas daí um artesão de Pirenópolis (GO), Edmilson Vasconcelos, resolveu torrar as amêndoas. O resultado foi a descoberta de um novo sabor e também de uma nova alternativa de renda para muitos agricultores locais.

Riquíssima em zinco, ferro e potássio, a amêndoa lembra o amendoim na forma e no gosto, mas é maior e tem um traço diferente no paladar, que é só dela. Depois de torrada pode virar pão, bolo, paçoca, aperitivo salgado e até sorvete. Esmagada, também pode originar azeite bem aromático. Um ingrediente alinhadíssimo com a onda de desejos pelos produtos naturais e orgânicos. Anda mais por ser planta muito usada na reconstituição de área de devastadas do cerrado.

Pescada amarela com crosta de baru, do Mercearia do Conde

A chef Flávia Mariotto, do restaurante Mercearia do Conde, de São Paulo (SP), gosta de triturar a amêndoa, passar na posta de peixe (comi com a pescada amarela), e grelhar tudo junto. Ela também já testou fazer pesto e salpicar em saladas.

A Rede Empório do Cerrado, formada por pequenos agricultores de Minas Gerais, Goiás e Bahia, já comercializa a castanha torrada para todo o Brasil. Aproveita para experimentar! 

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