As regiões produtoras do autêntico queijo minas artesanal de Minas Gerais são cinco: Cerrado, Canastra, Serro, Campo das Vertentes e Araxá. São áreas que agrupam vários municípios, e algumas delas têm o nome do município. É o caso, por exemplo, da região de Araxá, que tem a cidade de Araxá, e a região do Serro que tem a cidade do Serro. Não existe a região de Serra do Salitre. Existe sim, o município de Serra do Salitre, que fica localizado na região produtora de queijo minas artesanal, conhecida por Cerrado.
Mas além desta indicação de origem, existe também o queijo de cada produtor da região. Apesar da receita não variar muito, cada canto de Minas, e em especial, nestas regiões descritas acima, o sabor do queijo muda conforme muda o tipo de capim, a inclinação do terreno onde pastam as vacas e também onde vivem os microorganismos que atuam nas fórmulas dos laticínios. É por isso que, o título deste post não está 100% correto. Deveria ser: queijo do Seo Vanderlino dos Reis Moreira e da Dona Dina, pequenos produtores do município de Serra do Salitre.
Casados há 31 anos, eles trabalham com receita que Vanderlino aprendeu com o pai e que data de mais de 200 anos. As tarefas na Fazenda Chicão, localizada na comunidade de Catulés, são bem divididas: Vanderlino é o responsável por cuidar do gado e pela venda dos queijos, já Dina administra toda a produção dos laticínios. Ela quem sabe das proporções corretas de leite cru, coalho, pingo (tipo de fermento feito a partir do próprio leite da produção do queijo) e sal. D. Dina também sabe quando o queijo vai precisar de cuidados especiais se o tempo mudar, por exemplo. “Se faz muito sol, ou se chove é preciso cuidar do queijo de um jeito diferente”, conta Dina.
A produção do queijo fresco é vendida para três supermercados e um sacolão da região. Já a versão curada por 20 dias é uma exclusividade que Vanderlino vende apenas para Fernando Oliveira, dono da loja A Queijaria, especializada em laticínios brasileiros, localizada em São Paulo (SP). Foi onde experimentei uma lasca deste queijo de sabor bem intenso, apurado. “O gosto dos queijos frescos são bem parecidos. É com o tempo que eles vão ficando diferentes um do outro”, conta Vanderlino. Já D. Dina dá pista sobre outra possível explicação para o sabor marcante: “A gordura do leite é que dá o gosto da versão seca”.
Tão logo for possível quero ir até a propriedade do Seo Vanderlino e da D. Dina para debater pessoalmente quais outros elementos podem explicar o sabor tão intrigante deste queijo. Claro que vou precisar de muitas provas para ajudar…
A Queijaria
Rua Aspicuelta, 35 – Vila Madalena – São Paulo/SP
11-3812-6449
P.S..: Em tempo: o Sacola visitou a propriedade do Vanderlino e da Dina em agosto de 2014! Clica para saber como foi a viagem para a cidade de Serra do Salitre.
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oi Raca, se precisar de cobaias pra ajudar nessas provas, estamos ás ordens!
Feliz 2014, com fartura de ingredientes.
beijão
Patrícia Fioravanti
Um ótimo 2014 para ti também, Patrícia!
bj,
Raca