Até 1946, a acerola não despertava interesse, nem no Brasil, nem em outros países da América Central, onde acredita-se que seja o local da sua origem. Foi a partir de pesquisas na Escola de Medicina Tropical, localizada em San Juan, em Porto Rico, que descobriu-se que a frutinha também conhecida como cereja-das-antilhas, tinha um grande potencial: era riquíssima em ácido ascórbico, ou seja, em vitamina C. Na época, concluiu-se que uma única fruta de 4,5g continha vitamina C equivalente, mais ou menos, à quantidade encontrada em meio quilo de laranjas ou então 1 quilo de limões. Tá explicado o azedinho que trava a língua!
A fruta oficialmente chegou ao Brasil em 1955, quando algumas sementes trazidas de Porto Rico foram plantadas e estudadas por pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco. À época, a instituição distribuiu várias mudas para a população numa medida de prevenção às doenças associadas à falta de consumo de vitamina C. A partir daí foram disseminadas e hoje as maiores produções estão concentradas no nordeste, principalmente na Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte, entre outros estados.
A fragilidade da frutinha, assim como a da pitanga (lembra?), faz com que o consumo da acerola seja mais comum no formato de polpa, superando até mesmo a venda da versão da fruta inteira congelada. Esta polpa hoje é uma das mais consumidas entre as de frutas tropicais exportadas para Estados Unidos, Europa e Ásia.
Vedete nos quintais do Brasil, a aceroleira (o nome da fruta é uma derivação do original espanhol: azarole) é uma arvoreta rústica que pode alcançar até os seis metros e, resistente que é, adora um ambiente bem quente e solo que não precisa ser muito nutritivo. O importante é o abastecimento regular de água. Nessas condições favoráveis um pé pode dar frutos até sete vezes no ano, ou seja, até 60 quilos de fruta por ano (!).
Apesar da tecnologia investida na produção que mira a venda de polpa, a acerola ainda surpreende pela variedades naturais de formatos e cores. É possível encontrar árvores com frutos que vão do vermelho intenso ao amarelado, além de acerolas agrupadas em cachos ou que pendem solitariamente.
Pra combinar com este calorão, indico uma receitinha pá-pum de coulis, um tipo de purê bem líquido e refrescante que é ótimo pra acompanhar sorvete e iogurte.
COULIS DE ACEROLA
Ingredientes:
300 gramas de polpa de acerola congelada ou de frutas frescas geladas
2 colheres de sobremesa de açúcar refinado
1 colher de sobremesa de amido de milho
Preparo:
Tire a polpa do congelador e deixe descongelar um pouco. Depois bata com o açúcar e o amido.
Leve ao fogo baixo e não pare de mexer. Assim que começar a ferver, conte 5 minutos e apague o fogo.
Coloque em uma tigela e, depois que esfriar, leve à geladeira.
Use quando estiver bem gelado.
Referência:
CAVALCANTE, Paulo B. Frutas comestíveis na Amazônia. 7. edição. Belém: Museu Paraense Emilio Goeldi, 2010.
*Ei, você! Quer sempre saber das últimas do Sacola? Então curte a página do blog no Facebook!